Inverno aumenta risco de tendinites e tendinoses

Além dos sintomas de resfriados e gripes, comuns nessa época do ano, muita gente também sofre com o retorno das dores no braço, punho e ombros, conhecidas como tendinite. O que talvez você não saiba é que, muitas vezes a patologia identificada como tendinite pode ser na verdade tendinose. Os sintomas de ambos são parecidos, mas as causas e os tratamentos são diferentes. Por isso é importante diferenciar essas condições clínicas, e evitar a persistência do problema.

De acordo com o fisioterapeuta Pericles Machado, responsável técnico da clínica Physio Athletic, a tendinite é o processo inflamatório no tendão que se caracteriza por dores ao repouso (quando em fase aguda) e a movimentos específicos. O diagnóstico é feito geralmente por exame clínico sem necessariamente uso de imagens. Já a tendinose é a degeneração do tendão, resultado de processos inflamatórios repetidos e mal resolvidos (podendo ser chamada de tendinite crônica). Neste caso há a presença de tecido fibroso local ou mesmo micro calcificações que representam verdadeiros corpos estranhos (espinhos) no local gerando por consequência, inflamações. Os sintomas se apresentam, em geral, após esforços. O diagnóstico da tendinose geralmente requer auxílio de exame de imagem (Ultrassom) para determinar a presença da degeneração e mesmo a quantificação dela.

A incidência de ambas é maior nos atletas justamente pelo nível de exposição destas estruturas ao esforço (excesso) quando comparado ao não atleta. No inverno o risco aumenta em razão da diminuição de chegada de sangue nos tendões, pois com o frio os vasos diminuem de calibre, processo conhecido como vasoconstrição. O fisioterapeuta explica que é possível prevenir a tendinite se tomados os cuidados necessários. “No caso de atletas, é fundamental o aquecimento adequado antes do exercício, evitar a sobrecarga de treinamentos e fazer alongamentos principalmente no final da atividade. Para os não atletas, a recomendação é evitar esforços bruscos, principalmente os que não sejam habituais, pois os músculos e tendões não estão adaptados e podem expor as estruturas a riscos”, esclarece Pericles.

O foco do tratamento das duas condições clínicas também é diferente. Na tendinite, o principal objetivo deve ser inicialmente o controle da inflamação para que na sequência a cicatrização e maturação do tecido ocorram. Para isso existe um arsenal variado de técnicas na fisioterapia, além dos anti-inflamatórios em geral. No caso da tendinose, a atenção deve ser na identificação e interrupção ou adaptação da atividade repetitiva que vem provocando a lesão e a retirada do espinho (fibrose/calcificação) onde os principais recursos terapêuticos são os exercícios que promovem o estímulo mecânico local necessário para que haja a remodelação tecidual a ponto de devolver ao tendão suas características anatômicas normais. “O tempo de recuperação da tendinite varia de 3 a 6 semanas, dependendo da extensão e gravidade da lesão, enquanto a tendinose pode chegar a 3 meses para seu total restabelecimento por isso é fundamental o diagnóstico correto para que se possa aplicar o tratamento mais adequado”, finaliza o fisioterapeuta Pericles Machado.

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